Crônicas da Mooca

Crônicas da Mooca

Crônicas da Mooca

  • EditoraBOITEMPO
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Em Crônicas da Mooca, Mino Carta resgata a memória do tradicional bairro paulistano – região de passado industrial que recebeu imigrantes, principalmente italianos, e acumulou tradições. As trajetórias de distintos moradores são transmitidas pelo texto envolvente e apaixonado do jornalista. Mino retoma os hábitos distintivos cultivados no bairro – entre eles a torcida pelo time de futebol, o espaço público constituído no hipódromo, a culinária e indústrias pioneiras, além de ritos típicos, como a festa de San Gennaro e o Baile da Saudade.

Literariamente, a obra revive ainda os momentos históricos da capital paulista, como “as greves de 1917 e 1919, a revolução de 1924, de lutas pela democracia que tiveram por palco o bairro da Mooca”, nas palavras de Nelson Schapochnik, autor da orelha da edição. As fotografias de Hélio Campos Mello complementam o retrato de um dos bairros mais característicos da história paulistana.

O ensaio traz flagrantes de um bairro vivo, que acumulou tradições , mas não passou inócuo pelo processo de urbanização acelerada da cidade de São Paulo. As fotografias atuais da Mooca, também presentes nesta edição, se encarregam de mostrar os efeitos do tempo e da conjuntura. Na definição de Hélio Campos Mello, “São Paulo cresceu para cima, cresceu para os lados, e a Mooca foi obrigada a sacrificar boa parte de sua personalidade em troca dos condomínios verticais, com suas áreas de lazer e sua autossuficiência fechadas atrás de grades e de muros altos”.

Sacrifício, porém, que não é capaz de apagar um legado, retomado por Mino como inspiração para esta crônica do bairro, seus moradores, e também, da memória da cidade. Nas palavras de Mino Carta, “um livro de crônicas, sem maiores pretensões, ditadas, porém, pelo sentimento e ilustradas pela objetiva do velho companheiro de aventuras. Na memória, costumo revisitar pessoas e lugares, vivos porque vivo estou. Entregue ao átimo infinitesimal do presente, dono, porém, do espaço transitável do passado. No bairro, se ando nele como em outros tempos, toma-me algo mais fundo que a própria saudade de mim mesmo. Enxergo o enésimo assalto à memória da cidade. Por ora, no caso da Mooca, sobra esta”.

Trecho da obra
O pimentão aconchega-se muito à vontade entre cebola, alho, salsão e carne moída, e com eles estabelece uma perfumada sociedade, finalmente capacitada a conferir sabor à comunhão com o tomate, graças também à excitante cumplicidade do orégão e da pimenta calabresa, outrossim conhecida pela alcunha dialetal de peppone. Em setembro de 1981, Fortunata, tida e havida como cozinheira inexcedível no vasto território que se alastra do Parque da Mooca ao Cambuci, cobriu de molho à bolonhesa uma tonelada e meia de macarrão na Festa de San Gennaro. Mas com isso, entenda-se, não se esgota a comilança, que se prolonga por três fins de semana e cujo eixo é o dia do santo, padroeiro de Nápoles, dia 19 de setembro.
Características
Autor MINO CARTA
Biografia Em Crônicas da Mooca, Mino Carta resgata a memória do tradicional bairro paulistano – região de passado industrial que recebeu imigrantes, principalmente italianos, e acumulou tradições. As trajetórias de distintos moradores são transmitidas pelo texto envolvente e apaixonado do jornalista. Mino retoma os hábitos distintivos cultivados no bairro – entre eles a torcida pelo time de futebol, o espaço público constituído no hipódromo, a culinária e indústrias pioneiras, além de ritos típicos, como a festa de San Gennaro e o Baile da Saudade.

Literariamente, a obra revive ainda os momentos históricos da capital paulista, como “as greves de 1917 e 1919, a revolução de 1924, de lutas pela democracia que tiveram por palco o bairro da Mooca”, nas palavras de Nelson Schapochnik, autor da orelha da edição. As fotografias de Hélio Campos Mello complementam o retrato de um dos bairros mais característicos da história paulistana.

O ensaio traz flagrantes de um bairro vivo, que acumulou tradições , mas não passou inócuo pelo processo de urbanização acelerada da cidade de São Paulo. As fotografias atuais da Mooca, também presentes nesta edição, se encarregam de mostrar os efeitos do tempo e da conjuntura. Na definição de Hélio Campos Mello, “São Paulo cresceu para cima, cresceu para os lados, e a Mooca foi obrigada a sacrificar boa parte de sua personalidade em troca dos condomínios verticais, com suas áreas de lazer e sua autossuficiência fechadas atrás de grades e de muros altos”.

Sacrifício, porém, que não é capaz de apagar um legado, retomado por Mino como inspiração para esta crônica do bairro, seus moradores, e também, da memória da cidade. Nas palavras de Mino Carta, “um livro de crônicas, sem maiores pretensões, ditadas, porém, pelo sentimento e ilustradas pela objetiva do velho companheiro de aventuras. Na memória, costumo revisitar pessoas e lugares, vivos porque vivo estou. Entregue ao átimo infinitesimal do presente, dono, porém, do espaço transitável do passado. No bairro, se ando nele como em outros tempos, toma-me algo mais fundo que a própria saudade de mim mesmo. Enxergo o enésimo assalto à memória da cidade. Por ora, no caso da Mooca, sobra esta”.

Trecho da obra
O pimentão aconchega-se muito à vontade entre cebola, alho, salsão e carne moída, e com eles estabelece uma perfumada sociedade, finalmente capacitada a conferir sabor à comunhão com o tomate, graças também à excitante cumplicidade do orégão e da pimenta calabresa, outrossim conhecida pela alcunha dialetal de peppone. Em setembro de 1981, Fortunata, tida e havida como cozinheira inexcedível no vasto território que se alastra do Parque da Mooca ao Cambuci, cobriu de molho à bolonhesa uma tonelada e meia de macarrão na Festa de San Gennaro. Mas com isso, entenda-se, não se esgota a comilança, que se prolonga por três fins de semana e cujo eixo é o dia do santo, padroeiro de Nápoles, dia 19 de setembro.
Comprimento 21
Editora BOITEMPO
ISBN 9788575591420
Largura 14
Páginas 96

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